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Hambre na Mostra Strangloscope, Florianopolis – Brasil.

Territórios existênciais ou o que vem a ser entrar na floresta

A pergunta pelo que pode o território é fundante para Hambre | espacio cine experimental. E talvez, mais do que um espaço, sejamos promotores de espacialidades intensivas de compostos audiovisuais singulares que apostam numa forte experimentação na procura de novos campos perceptivos. O território pode dizer de uma latitude, pode se dizer latino-americano, local; mas também pode se dizer periferia, anomalia perceptiva. O território pode ser pensado como um gesto de possessão e distribuição entre os homens, mas ao dia de hoje, desconfiamos de bandeiras, de rostos identificáveis de mais e preferimos nos perguntar pela relação de uma potência humana qualquer na relação com a Terra e como nessa tensão um território que sempre é existencial, pode emergir. Um território intensivo que não se deixa localizar e avança pelas bordas do precário em impensadas direções. A figura da floresta talvez seja um modo de tangenciar este “território” onde o humano entra em fricção com a Terra, seja porque a percebe como uma paisagem aleia ou porque se faz paisagem sem fundo ou contorno com ela. A cada gesto, territórios existências são modulados, modos de existir com a Terra são inventados. De modo silencioso ou não tão silencioso o humano avança na Terra (Reign of Silence, Mapas, Aequador), mas o povo da Terra não ficara em silencio (Ymá Nhandehetama). É por isso que sermos dignos de entrar na floresta, é fazer de seu silencio o mais vivo grito onde territórios e modos impensados de habitar a terra ganhem expressão. Quem sabe, um habitar espiritual (Xapirimuu), um habitar onde possamos abandonar nossas peles humanas de mais (Undergrowth).

Sebastian Wiedemann
Curador
Hambre | espacio cine experimental

Programa:
57 min –

Este programa recolhe trabalhos de nosso Forum, assim como do projeto NoctilucaScreen que Hambre leva adiante em parceria com a Revista ClimaCom.

Reign of Silence
07:20 min, 2013
Lukas Marxt (Áustria)
HD-Stereo-Color
Nossa permanência e impermanência, a memoria efêmera e marcante de nosso estar no mundo. O eco de Robert Smithson, tensões entre temporalidade, percepção e meio ambiente.

Mapas
3:21 min, 2014
Oscar Guarin Martinez (Colômbia/ Brasil)
HD-Stereo-Color
O que pode dizer um mapa do território? Formações e deformações, desmontagens do que acreditamos conhecer. Assim como a floresta o contorno dela também esta vivo.

Aequador
19:00 min, 2011
Laura Huertas Millán (Colômbia/França)
HD-Stereo-Color
Uma viagem pelo rio Amazonas, onde as construções modernistas foram abandonadas, como as memórias de uma civilização engarrafada no futuro. Aequador evoca a colonização da natureza, as antigas utopias nas florestas e a coabitação com o presente.

Ymá Nhandehetama
8:20min, 2009
Armando Queiroz, Almires Martins e Marcelo Rodrigues (Brasil)
HD-Stereo-Color
O território que habita em nós, que pode viver ou morrer conosco. Silencia-lo não é uma opção. Ymá Nhandehetama, do guarani “antigamente fomos muitos”.

Xapirimuu
6:30 min, 2016
Orssarara Collective (Colômbia / Brasil)
HD/35mm-Stereo-Color
Agir em espírito. Sonhar a terra entre nuvens para que o céu não caia.

Undergrowth
11:30 min, 2011, Robert Todd (USA) 16mm-Stereo-Color
Ser cego. Fechar os olhos para poder entrar no território. Abandonar nossas peles humanas de mais e devir outro.

Mais informação aqui

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